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Mestre em Educação Física, educador e pesquisador. Inclinado às áreas de Estudos Sociodemográficos voltados à Saúde, Educação e Esporte, Estudos Socioculturais, Corporeidade, Etnicidade, Racismo e Desigualdades Sociais, História da Afrika e dos Áfricanos na Diáspora, Religião, Psique, e Física Quântica.

sábado, 16 de outubro de 2010

Consciência

Estou aqui pensando em várias idéias, a priori desconectadas.
Estes últimos dias foram bem intensos. Aprendi muito com as pessoas que insistem em fazer parte da minha vida, mesmo nos encontrando raramente, mesmo em pensamentos, uma que insiste, mesmo sem saber, em estar plantando Sementes no solo fértil da minha consciência.

Participei do I Psinep (I Encontro Nacional de Psicologos(as) Negros(as) e Pesquisadoras(es) Sobre Relações Interraciais e Subjetividades no Brasil), e este evento foi importantíssimo para minhas elaborações mais abissais. Minha mente ferve, e da ebulição emanam gazes raros, consciência!!, sobre sentidos que até então não havia vislumbrado.

Venho ressignificando alguns entendimentos também, e isso vem me fazendo muito bem.
Sobre minha postura: não há dúvidas, por muito tempo eu não me permiti evoluir, explorar minha potencialidade, e por conseguinte deixei de contribuir para a evolução de muitas pessoas que são presentes na minha vida. Não me permiti evoluir, e não contribui para a evolução das pessoas que amo. Mas isso não é uma atitude de auto-penitência nem nada parecido, antes uma auto-critica saudável, construtiva, para que eu consiga explorar melhor minhas capacidades e pontencialidades humanas e causar colapsos mais intensos no mundo, ampliando meu circulo de influência na realidade.

Eu penso que quando assumimos uma atitude de auto-critica, este processo que parece doloroso torna-se prazeroso porque passamos a entender que as limitações e desafios a serem superados são, na verdade, oportunidades de evolução. Indicam onde temos que depositar atenção e esforço para alcançarmos novas dimensões. O que tem me ajudado na auto-critica e nestas tomadas de consciência é que estou começando a beber de outras fontes de entendimento da realidade. Estava "bitolado", considerando apenas algumas fontes, como quem hierarquiza o conhecimento e os entendimentos de mundo. Agora venho trabalhando em uma nova maneira de pensar a realidade, procurando estar sintonizado a diferentes fontes de elaboração de entendimentos da realidade, sem perder de vista meu "eu", minha identidade, persona, tão importante no processo de individuação.

Estive no I Psinep, depois fui em um rolê com amigas(os) no centro. Estive na Ação Educativa, e depois fomos (a turma) ao samba da Santa Cecilia para conversar. Em todos estes espaços fiquei absorvendo e pensando sobre as informações, sobre as posturas das pessoas, sobre os entendimentos de mundo, sobre a atitude corporal, e estas informações foram me invadindo e obrigando a ampliar meu entendimento de mundo, e a vislumbrar ensaios de aproximações conceituais sobre estes saberes. Semana retrasada estive em Barueri coletando dados para um estudo piloto com crianças em situação de vulnerabilidade ,atendidas pelas escolinhas de esportes. Os saberes das crianças, dos seus professores, de alguns parentes que tive a oportunidade de conversar, também estão neste pool de sentidos que vêm transformando meu espirito.

Um ano intenso este! Um ano de profundas transformações, na minha vida social, e no meu espirito. É difcil estar no olho do furacão e conseguir administrar os conflitos com maestria em todos os momentos, fazer as melhores opções sempre, se manter coerênte e "íntegro" nas suas convicções, palavras e atitudes. É dificil!, talvez quase impossível, ou impossível. No meu caso, isso foi um aprendizado dos mais valiosos que já tive na vida! Apesar das minhas convicções afetivas e amorosas, profissionais, pessoais, apesar dos sentidos que tinha e tenho (cada vez mais fortes, por sinal, como uma Semente que ultrapassa o nível do sólo, virando uma planta), fiz escolhas baseadas na minha percepção e interpretação da realidade, como ela se mostrava no momento. Hoje, vejo que muitas destas interpretações foram preciptadas, ou ingênuas, mas eu era incapaz de elaborá-las de outra forma naquele momento, da escolha. Hoje, com meu espirito lapidado nestas auto-reflexões, modifiquei-me, e desta forma as limitações, antes determinantes do meu comportamento, tornaram-se aprendizados e não mais assombram a minha realidade.

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