Quem sou eu

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Mestre em Educação Física, educador e pesquisador. Inclinado às áreas de Estudos Sociodemográficos voltados à Saúde, Educação e Esporte, Estudos Socioculturais, Corporeidade, Etnicidade, Racismo e Desigualdades Sociais, História da Afrika e dos Áfricanos na Diáspora, Religião, Psique, e Física Quântica.

domingo, 31 de outubro de 2010

Um sentido

Algumas pessoas simplesmente não alcançam o entendimento profundo dos sentidos mais elaborados, que explicam de forma robusta, ampla, a engenharia do Amor e da relação interpessoal. É uma afirmação violenta, e dificil de sustentar porque cada um vive uma realidade, cada pessoa possui o seu entendimento de mundo. As experiências, memórias, o corpo, as oportunidades, os laços familiares, a religião, a história de vida, tudo contribue para o entendimento dos sentidos no plano da matéria. Somos seres sociais, e disso não dá pra fugir. Sobre isso uma idéia interessante:

A sociedade enquanto todo esta presente em nossos espiritos
via cutlura que nos formou e informou (Principio Hologramatico).

Mas centralizando o debate em torno do comportamento das pessoas nas relações sociais é possível pensarmos de modo a inferirmos sobre o entendimento dos sentidos. Qual é o contexto social? Corpos que se relacionam, carnes, fluídos, e somente isso. Em grande parte, as pessoas não mais se dedicam a compreender o outro, a companheira ou o companheiro. Esta preocupação não existe. Os espiritos não se relacionam, os sentidos não são acessados. Em um namoro convencional, as pessoas estão preocupadas com seus trabalhos, estudos, familias, e tudo isso estando bem o resto é conseqüência. Uma vida burguesa, medíocre, e sem profundidade. Ganhar bem, ter um bom emprego, e estar tudo bem com os país e irmãos e irmãs.. o resto é conseqüência.

São técnicos, especialistas. São espiritos que vão e vêm na correria do dia-a-dia, que trabalham, estudam, saem, namoram, mas que não aprofundam, não mergulham no oceano de sentidos que nos sensibilizam e expandem. São espiritos presos aos seus corpos, são corpos limitados, insensiveis, incapazes de peceber o significado de um sorriso, do brilho nos olhos. Ou, mesmo identificando, são consciências inflexíveis, incapazes de desapegarem-se dos seus valores, conceitos e dogmas, para entender o outro, e ampliar sua visão de mundo.

O que falta para as pessoas é filosofia. É importante parar, pensar, e elaborar.. .

domingo, 24 de outubro de 2010

Palavras soltas


Soltar as palavras, deixar-se traspirar em seus sentidos e sentimentos sem medo. Relacionar-se com as pessoas e os objetos de modo equilibrado, suave, sem se preocupar se será taxado como bobo, chato, esquisito, ou outra qualidade que indique repulsa. Exercitar a compreensão e ser compreendido e respeitado pelas pessoas. Se preocupar e sentir a preocupação das pessoas com o seu estado de espirito. Essas são caracteristicas interessantes para um círculo de relacionamento, ou para uma relação entre dois.

Mas é difícil sentir-se assim, estar em um convívio desta envergadura. As pessoas são preconceituosas e imediatistas, cada vez mais neste mundo globalizado e tão individualista. O consumo, vontade de ter, a posse, acaba por fazer parte das nossas elaborações afetivas e emocionais de tal forma que o tranferimos (o consumo) para a esfera dos relacionamentos. Queremos ter a posse da(o) outra(o), ou das(os) outras(os).

Vidas medíocres. Em grande parte vivemos para trabalhar e comprar, e ter. E depois que temos, o que fazemos? Vamos querer ter mais.. e assim a vida segue. Ter é importante, eu quero ter muitas coisas, comprar muitas coisas, e possuo muitos planos e metas neste sentido. Mas não vivo para isso, vivo para sentir e aprender, conhecer e ensinar. Minha vida faz sentido assim, uma vida para entender o mundo, as pessoas, e, por fim, entender a mim próprio no infinito pretume espiritual que nos cerca a consciência e subconsciência.

Tenho aprendido muitas coisas sobre mim. Isso é muito bom. Aprender sobre nós mesmos não é fácil, demanda reflexão, sensibilidade, paciência, e embate com idéias divergêntes das que possui. Demanda também reconhecer os erros e os acertos, e estar sempre balizado pelo senso de justíça. Parece que o mundo nao está formatado para facilitar nosso entendimento sobre nós mesmos, e desta forma, quem segue o fluxo da vida passivamente (estuda, trabalha, namora, se diverte, casa, etc..) é mais uma pessoa, vivendo. Quem se descobre, se compreende, sai da Matrix e invariavelmente torna-se um questionador deste mundo tão medíocre. Torna-se um construtor de um mundo diferente, um mundo de sentidos e cores traduzidos por um sorriso e um eu te amo honestos.

sábado, 16 de outubro de 2010

Consciência

Estou aqui pensando em várias idéias, a priori desconectadas.
Estes últimos dias foram bem intensos. Aprendi muito com as pessoas que insistem em fazer parte da minha vida, mesmo nos encontrando raramente, mesmo em pensamentos, uma que insiste, mesmo sem saber, em estar plantando Sementes no solo fértil da minha consciência.

Participei do I Psinep (I Encontro Nacional de Psicologos(as) Negros(as) e Pesquisadoras(es) Sobre Relações Interraciais e Subjetividades no Brasil), e este evento foi importantíssimo para minhas elaborações mais abissais. Minha mente ferve, e da ebulição emanam gazes raros, consciência!!, sobre sentidos que até então não havia vislumbrado.

Venho ressignificando alguns entendimentos também, e isso vem me fazendo muito bem.
Sobre minha postura: não há dúvidas, por muito tempo eu não me permiti evoluir, explorar minha potencialidade, e por conseguinte deixei de contribuir para a evolução de muitas pessoas que são presentes na minha vida. Não me permiti evoluir, e não contribui para a evolução das pessoas que amo. Mas isso não é uma atitude de auto-penitência nem nada parecido, antes uma auto-critica saudável, construtiva, para que eu consiga explorar melhor minhas capacidades e pontencialidades humanas e causar colapsos mais intensos no mundo, ampliando meu circulo de influência na realidade.

Eu penso que quando assumimos uma atitude de auto-critica, este processo que parece doloroso torna-se prazeroso porque passamos a entender que as limitações e desafios a serem superados são, na verdade, oportunidades de evolução. Indicam onde temos que depositar atenção e esforço para alcançarmos novas dimensões. O que tem me ajudado na auto-critica e nestas tomadas de consciência é que estou começando a beber de outras fontes de entendimento da realidade. Estava "bitolado", considerando apenas algumas fontes, como quem hierarquiza o conhecimento e os entendimentos de mundo. Agora venho trabalhando em uma nova maneira de pensar a realidade, procurando estar sintonizado a diferentes fontes de elaboração de entendimentos da realidade, sem perder de vista meu "eu", minha identidade, persona, tão importante no processo de individuação.

Estive no I Psinep, depois fui em um rolê com amigas(os) no centro. Estive na Ação Educativa, e depois fomos (a turma) ao samba da Santa Cecilia para conversar. Em todos estes espaços fiquei absorvendo e pensando sobre as informações, sobre as posturas das pessoas, sobre os entendimentos de mundo, sobre a atitude corporal, e estas informações foram me invadindo e obrigando a ampliar meu entendimento de mundo, e a vislumbrar ensaios de aproximações conceituais sobre estes saberes. Semana retrasada estive em Barueri coletando dados para um estudo piloto com crianças em situação de vulnerabilidade ,atendidas pelas escolinhas de esportes. Os saberes das crianças, dos seus professores, de alguns parentes que tive a oportunidade de conversar, também estão neste pool de sentidos que vêm transformando meu espirito.

Um ano intenso este! Um ano de profundas transformações, na minha vida social, e no meu espirito. É difcil estar no olho do furacão e conseguir administrar os conflitos com maestria em todos os momentos, fazer as melhores opções sempre, se manter coerênte e "íntegro" nas suas convicções, palavras e atitudes. É dificil!, talvez quase impossível, ou impossível. No meu caso, isso foi um aprendizado dos mais valiosos que já tive na vida! Apesar das minhas convicções afetivas e amorosas, profissionais, pessoais, apesar dos sentidos que tinha e tenho (cada vez mais fortes, por sinal, como uma Semente que ultrapassa o nível do sólo, virando uma planta), fiz escolhas baseadas na minha percepção e interpretação da realidade, como ela se mostrava no momento. Hoje, vejo que muitas destas interpretações foram preciptadas, ou ingênuas, mas eu era incapaz de elaborá-las de outra forma naquele momento, da escolha. Hoje, com meu espirito lapidado nestas auto-reflexões, modifiquei-me, e desta forma as limitações, antes determinantes do meu comportamento, tornaram-se aprendizados e não mais assombram a minha realidade.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vida, Felicidade e Sentidos

11 de outubro de 2010

Venho conversando com algumas pessoas, fundamentais na minha vida, e lendo textos extremamente sensíveis, sobre a vida, a felicidade, e a maneira como a conduzimos no desenrolar do tempo. É muito interessante este tipo de reflexão porque nos coloca sempre em xeque, nos obrigando quase que automaticamente a realizar uma atividade auto-analítica. É difícil olhar para dentro, porque deparamo-nos com nossas fraquezas, nossas imperfeições da consciência, com os assessórios de égo que nos humanizam e, vez ou outra, nos fazem pessoas idiotas e imperfeitas.

Ultimamente tenho refletido bastante sobre os cursos da minha vida, sobre o que eu quero para mim, sobre quem está à minha volta, sobre o que ando lendo e realizando, em possibilidades quânticas vísiveis (concretude) e invísiveis (intenções e pensamentos). Tenho pensado bastante, e de maneira bem profunda, utilizando toda a minha potência filosófica para desvendar as profundezas do oceano interior, zona abissal. E o que provoca tudo isso, toda esta atividade intelectual e espiritual? Qual o produto de tudo isso?

Para mim, o produto é uma vida feliz. Felicidade em seu estado estável, que torna uma pessoa feliz, independente do que venha a ocorrer no plano da matéria. Desta forma, a pessoa torna-se feliz por ter consciência do significado que a sua vida possui para sí próprio. Vou tentar explicar isso, mas não sei se consigo porque estas palavras são a expressão de um sentido que esta dentro de mim, ou melhor dizendo é parte de mim.

Temos muitas metas na vida, que passam pela vida conjugal, pela vida profissional, etc.. que na verdade são uma vida só, são realidades da nossa existência. Quero ter uma casa, um carro, quero dar aula em uma faculdade pública, ser pesquisador, casar com a pessoa mais linda que conheço... e estes desejos vão se transformando em metas, em objetivos a serem alcançados. São a fonte da nossa alegria? Depende.. somente de nós.

Se a fonte da nossa felicidade for desta natureza, nunca seremos felizes, porque sempre estaremos estabelecendo metas mais elaboradas, mais dificeis, conforme formos realizando as primeiras. Sempre estamos querendo avançar, evoluir, e este processo é saudável, quando em equilibrio. Tenho a impressão que, de maneira geral, nossa sociedade, nossa cultura, nos introjeta este modelo de felicidade, de fontes são extrinsecas, e conceber isso no meu entender é viver em sofrimento. Estes fatores, para mim, são fontes de motivação, motivos que vão modular nosso comportamento nos vários âmbitos da vida, mas que não necessariamente serão decisivos para sermos felizes.

Felicidade é uma construção muito mais elaborada do que isso, muito mais sútil e complexa, com pseudópodos que ligam-nos ao transcendente, aos símbolos, sentimentos, e nos fazem ter a consciência de uma Gestalt, um sentido, uma energia sem precedentes que nos fazem felizes, mesmo em momentos tristes. A felicidade não nos é arrancada porque, sendo uma energia proveniente da Gestalt de sentidos, é parte de nosso espirito. Tornamo-nos espiritos felizes, e ai esta o meu entendimento de uma vida feliz.


((risos)).. beijos amig@s. Abraços!

Netto.